2007-10-13

A Surdina

Quando ouvimos Miles Davis sobressai de imediato que aquele instrumento tem um som caracteristico e distinto do vulgar trompete , abafado , intimista e abafado talvez seja o adjectivo ideal já que esse som é conseguido com um abafador cujo nome técnico é "Surdina".


Os abafadores foram criados para que os musicos pudessem praticar em locais onde o som forte do instrumento não fosse bem vindo , Miles não foi o primeiro a usa-lo em espectaculos e gravações , mas foi o primeiro a utiliza-lo de forma continuada e a usar essa sonoridade como imagem de marca .
Mas nem sempre foi assim , não durante a primeira fase da carreira dedicada ao jazz clássico , o uso constante e metódico do abafador coincide com a viragem de direção e com a aproximação de Miles ao fusion e ao funkye .
Uma aposta de risco já que o abafador retira todo o brilho ao trompete , para que resulte exije um ajustamento perfeito ao estilo , nunca se encaixaria por exemplo no jazz classico onde exceptuando situações pontuais é obsoleto numa banda acustica , pois necessitaria duma amplificação para não ser abafado pelo som também forte dos saxes e trombones ( que também podem ser usados com surdina ) , do piano e da bateria .







Para Miles foi uma aposta ganha , uma opção inteligente e feliz já que o relacionamento entre a surdina e o som intimista que pretendia e perseguia parece perfeita .










Os quatro temas seguintes , do album Amandla de 1989 , são o espelho desta sonoridade tão pessoal que Miles cultivou durante toda a vida . Neste momento já não se trata duma experiencia ou procura , a sonoridade intimista de Miles está perfeitamente delineada , defenida e completa , o resultado do trabalho duma vida tortuosa e acidentada mas fiel a este principio , se Miles teve duvidas não parecem ter sido em relação ao tipo de sonoridade que prtetendia do seu trompete


Amandla
Cobra
Hannibal

Big Time


Nesta obra colaboraram Joey de Francesco , Kenny Garrett e Joe Sample para além dos dois musicos convidados , Marcus Miller e Jean Paul Bomelly .



Sexta Feira 13

Sexta-feira , dia 13 , ano 1307 , numa acção concertada e revestida dum secretismo digno dum filme de espionagem , todos os tamplários são presos e despojados das imensas riquezas que a ordem possuia . Embora a razão deste acto se encontre no fundo dos cofres vazios de Filipe "o Belo" , oficialmente tudo terá acontecido porque o papa Clemente afirmou ter tido uma visão onde Deus o alertava para as heresias da ordem e lhe ordenava que prendesse e torturasse os seus cavaleiros .
A mesma igreja que havia viabilizado a ordem no pressuposto que matar em nome de Deus era justificavél , numa filosofia em nada diferente da actual Jihad islamica , prendeu , torturou e queimou vivos os famoso cavaleiros que acabadas as guerras santas teriam a tarefa de guardar e proteger as reliquias sagradas .
Curiosamente , ao fim de 700 anos a igreja ainda não reconheceu publicamente que este acto não foi mais que uma estratégica económica , que o representante de Deus na terra mentiu e ordenou que pessoas sabidamente inocentes fossem torturadas e queimadas vivas e fe-lo por dinheiro .
Sexta-feira dia 13 passaria a fazer parte do inconsciente colectivo como o dia em que todos os azares nos batem á porta , enfim mais um presente da igreja católica que utilizaria alguns anos depois todo o know-how adquirido nesta experiencia de take-over numa outra acção sanguinária , a Santa Inquisição .
Não se iludam , tal com os arabes se a igreja tivesse poder continuaria a matar e torturar em nome de Deus todos aqueles que discordam ou tenham uma visão diferente , a história prova-nos que as igrejas e as religiões nunca tiveram de facto o papel de regularizador e apaziguador social , pelo contrário matou-se e torturou-se mais em nome de Deus que em nome do Diabo .