Ascenseur Pour L'Echafaud
A obra de Miles Davis "Ascenseur pour L'Echafaud" , tem caracteristicas peculiares que a distinguem do resto do seu trabalho . Concepção , execução e a própria banda com musicos franceses , divergem dos parametros usuais de Miles e tornam-na única .
Ao chegar ao aeroporto de Orly para uma tourné de tres semanas em França , foi convidado para participar na banda do filme de Luis Maile , Ascenseur pour L'Écafaud . Miles aceitou , tres dias depois viu o filme , tomou algumas notas e partiu em digressão .
Duas semanas mais tarde , na noite de 5 de Dezembro de 1957 dirigiu-se ao Le Post Parisien onde tudo estava preparado para a gravação . Foi recebido pela actriz principal do filme Jeanne Moutreau e juntou-se á equipa de musicos e técnicos . Junto ao bar improvisado beberam uns copos , relaxaram e num ambiente descontraido começaram a assistir á projeção do filme . Miles e os quatro musicos que o acompanharam , Barney Wilen tenor-sax , René Urtreger piano , Pierre Michelot baixo , Kenny Clarke bateria , foram improvisando ao longo da projeção , trocando ideias e opiniões e quatro horas mais tarde tudo estava terminado .
A obra foi totalmente improvisada durante a projeção e adaptada ás cenas onde devia encaixar . Das diferentes edições da obra , a da Fontana é constituida por 26 temas curtos , menos de 3 minutos na generalidade , sendo a maior parte takes alternativas . Esta edição tem algo também muito especial , uma introdução á obra escrita por Boris Vian , que também era musico , saxofonista , um amante de jazz e de Miles Davis .
As faixas que escolhi para publicar foram
Nuit sur Les Champs-Élysées (take 2)
Final (take 1)
Ascenseur
Génerique
Au Bar du Petit Lac
Chez le Photografe du Motel
L´ássassinat
Por curiosidade deixo algumas das takes alternativas
Nuit Sur Les Champs Élysées (take 4)
Assassinat (take 2)
Final (take 2)
Le Petit Bal (take 2)
Miles sentiu-se muito bem na Europa , pela primeira vez uma sociedade branca não só não o lhava como um negro como o idolatrava . Habituado a ver frequentemente o seu ferrari parado pela policia por ser conduzido por um negro , nascido e criado numa sociedade de fortes contrastes sociais alicerçados no racismo , Miles sentia-se bem na Europa , facto que nunca o impediu de voltar a casa ...