Ornette Coleman
Após a grande fogueira do bebop dos anos 40 , o jazz do ponto de vista das estruturas , parecia contentar-se em parafrasear ou repetir o discurso Parkeriano . Para além da escola de Lennie Tristano e dos seus discipulos , donde sobressaia Lee Konitz , a grande parte dos solistas era prisioneira da tendencia estilistica de Charlie Parker .
A chegada de Ornette Colleman veio alterar radicalmente as coisas .
Talvez o facto de muitas vezes tocar num saxofone de plastico possa elucidar-nos sobre as concepções de liberdade musical que possuia , não respeitava acordes nem travessões de compasso , abandonou o sistema harmonico tradicional , onde os diferentes acordes se sucedem segundo regras restritas , indo por vezes até frizar a atonalidade , pregava a não uniformidade métrica e a mais total liberdade melódica . Como todos os revolucionarios , foi vitima da imcomprrensão e do conformismo , acusado de não saber musica e não dominar o instrumento , viu mesmo durante um show o seu sax de matéria plastica ser-lhe arrancado das mãos e espezinhado .
OC foi o pai espiritual do New Thing e abriu as primeiras portas do free jazz , mais que a sua musica as suas concepções marcaram o jazz pós-moderno .
Nascido em Forth Worth a 19 de março de 1930 , autodidacta completo , aprendeu a tocar de ouvido o sax qua a mae lhe oferecera . A primeira orquesta onde tocou foi a da igreja do bairro . O seu primeiro contrato liga-o a Clarence Samuels , depois Pee Wee Crayton . A tentativa de subsistir como musico na California torna-se um malogro , tem de trabalhar como ascensorista , retorna á terra natal em 1952 por uma razão simples , tinha fome ... Voltará 2 anos mais tarde , aprofunda os seus conhecimentos musicais e começa a compor .
Um dia o contrabaixista Red Mitchell ouviu-o , ficou impressionado e recomendou-o á discografica Comtemporary onde grava os seus 2 primeiros discos . Acompanha-o o trompetista Don Cherry , a amizade e a complicidade musical estender-se-á até 1962 , sendo dificil distinguir que parte cabe a cada um na criação colectiva .
Em 1959 entra na Lennox School of Jazz , apresenta-se durante 6 meses no Five Spot de Nova Iorque . Grava 6 albuns para a Atlantic , sempre ao lado de Don Cherry , pela sua banda passam nomes como os contrabaixistas Scott LaFaro , Charlie Haden e Jimmy Garrison e os bateristas Billy Higgins e Ed Blackwell .
Quando em 1962 forma um trio com David Izenzon (contra-baixo) e Charles Moffet (baterista) é um homem desgostoso pelo magro sucesso da sua obra , abandonará a cena musical durante 2 anos , reaparece então com concepções defenitivas , os delirios dispersos eram ordenados , a sua musica não era mais uma musica de libertação , mas uma musica liberta .
Tres temas de Ornette Coleman
Bird Food
Beauty is a Rare Thing
Free
Como nota final , gostava de sublinhar que os ultimos posts , particularmente este ultimo , não reflete precisamente os meus gostos musicais , as razoes da sua publicção prendem-se com a importancia e influencia que tiveram na determinção dos parametros do jazz pos-mpderno . Se dificilmente se poderia entender a historia do jazz ignorando a revolução Bebop , mais dificilmente se compreenderá o jazz de vanguarda , sem citar Colleman , Eric Dolphy , Charles Mingus e outos musicos que serviram de ponte entre o jazz Moderno e o free jazz , e as modificaões esteticas que introduziram nas estruturas musicais .
Texto inspirado na obra Jazz moderno de Henri Renault
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